Tive um tipo bem apetecível a rondar mas deu de frosques. Depressa demais.
Dia da limpeza, das compras do supermercado. Descansar e recomeçar.
Acaba o mês e a semana.
O marasmo existencial, esse que bem podia acabar, não tem fim a vista....
Ainda não percebi o que é um homem com "mente aberta". Juro que encontro isto a pontapé tanto no badoo como no tinder.
Mas já percebi (e não foi preciso muito!) que malta da escola da vida e da universidade da vida fizeram disciplinas variadas como introdução á azeiteirice, estudo e identificação de marcas chinesas, língua monhé e a melhor de todas é a teoria aplicada do mau gosto.
Mas pronto.
Sejam felizes, que eu estou a espera da trovoada como um puto espera pelo natal!
Eras suposto seres o homem de uma noite de carência, o homem para me satisfazer e esquecer, para abandonar de manhã sem adeus ou até depois.
Eras suposto seres mais um.
Foi com este pensamento que te abordei, fui direta ao assunto, a tua mão não largou mais a minha cintura e a minha não tardou muito dentro das tuas calças. O material era de qualidade.
Não tardámos muito a sentir a pele um do outro, perdidos entre ir e voltar e o suor e o teu gosto e o meu tudo junto.
Tinha fome de ti e não sabia.
Não nos demos descanso a noite toda, perdemos a conta ás posições e divisões, as bocas não descolavam, os corpos não arrefeciam e soube sempre a pouco.
Até amanhecer e ser altura de ir.
Durante todo aquele tempo na minha mente foste o tipo incrível com quem tive uma noite de loucura. Ficaste na memória mas não quis estragar a imagem com que fiquei de ti.
Por isso nunca te procurei.
A vida tinha outros planos para nós.
Caía uma terrível trovoada e eu tinha saído sem chapéu de chuva. Caminhava nas calmas pela rua. Não sei como mas reconheceste-me.
Embasbaquei.
-Anda comigo- Dissseste. E eu como um automato, fui.
Era a mesma casa daquela noite. Olhei em volta e o sorriso foi inevitável.
Encostas-te a tua cara a minha e roubaste-me esse beijo que mudou tudo, o mesmo que inexplicavelmente me apaixonou ou talvez já estivesse mas tanto fracasso amoroso nem me fez pensar no assunto.
Perdi a conta ao tempo que tivemos abraçados, entre beijos e carinhos.
Gosto tanto do teu jeito, Do teu corpo bem feito, De como me fazes sorrir... Gosto do teu ar aluado, Do teu cabelo desalinhado, Tens tanto de louco e infantil... Gosto do teu charme vadio, Brilhante, sagaz e fugidio, Nunca ninguém sabe de ti... E ao raiar da alvorada, Dou por mim acordada, Soluçando pelo que não vivi.. Choro de arrependimento, Do tanto que vou dizendo, Ignorando que te vou ferir.. Meu amor dos olhos banais, Da mente não me sais, E mais uma vez... Perdão te quero pedir.
Ainda há muito tabu, ainda parece mal dizermos que o sexo é bom e nos sabe bem, o orgasmo feminino é secundário, a sensualidade faz de nós putas, o recato é que é bom...
Ainda parece mal uma mulher dizer que gosta de sexo, sem compromisso, sem depois, sem romance. Puro, bruto e sem tretas.
Ainda há recato no sentir, não se geme para o homem não pensar mal de nós, se não nos virmos não faz mal, importa é o homem, o gozo do homem, a satisfação do homem...
E nós somos só fo.......
Ainda se decide se uma mulher é para casar pelo jeito como se porta na cama.
Mulher que não tem medo de ficar por cima não dará uma boa esposa, é demasiado destemida.
Mulher que chupa também não serve.
Já a mulher que se contenta com o bom e velho missionário, que pouco geme, nem se vem, tem vergonha de se despir na frente do moço...oh é acanhadita e tal mas dá, com o tempo solta-se e irá ser uma leoa.
Mas essa é para casar!
E depois comem as vizinhas, as melhores amigas da mulher, as meninas do bordel...
Que são boas na cama e não serviram pra casar.
Teorias do hoje, baseado em opiniões de muito boa gentinha a minha volta e me assustam.
Querias vir passar a noite, feito menino rebelde, pistola armada e todo um sex appeal de lontra do oceanário.
Querias repetir o que não fizeste bem, querias ir mais além e ter uma sessão espetacular de....do que não vais ter.
Querias...
Querias dar as desculpas esfarrapadas e eu ter a paciência de ficar até tarde a tua espera, porque tiveste sei lá onde...tadinho.
Querias que eu te quisesse e estivesse doidinha pelo tesudo que não és. Se ao menos fosses alguma coisa de jeito, até...
Querias que andasse atrás de ti, mas não ando. Que tomasse a iniciativa, estou-me nas tintas. Não há vontade, não vale a pena, eu quando quero vou a luta e digo sem rodeios o que quero.
E não te quero a ti. Tentei, mas fiquei com naúseas do perfume rasca do chinês que usas.
Prefiro noites a solo do que contigo, mal acompanhada.
E eu, tão jovem, esbanjadora de saúde, resistente a calor e frio, capaz de segurar a bexiga dias inteiros, comer porcaria sem se notar na pele e no físico. E eu, essa força da natureza indestrutível, inolvidável, corajosa e indomável, capaz de dobrar preconceitos e estereótipos.
E eu sempre tão segura de mim...
Afinal sou humana e também falho. E essas falhas estão a apagar muito do que conquistei. Stress que causa mais stress.
Falhas de memória e um cansaço quase crónico, o quadro é este. Se não usasse método contraceptivo até podia pensar em gravidez e mesmo assim sei lá...
Ando preocupada. Não me sinto com cabeça para nada, são problemas atrás de problemas.
Lutei tanto para construir uma reputação quase imaculada profissionalmente e agora vejo tudo a ir-se, assim. Parece uma espiral sem fim.
E eu, tão segura de mim...tão perdida sem saber o que se passa. :(