Quando ainda me atrevia a sonhar.
Um dia, já quis ser cantora pimba.
Eu e a melhor amiga de infância, quando dávamos concertos em bancos de jardim, atrás das tendas de venda de discos e cassetes, nos dias de feira, a fazer playback e a dançar como achávamos que dançavam as bailarinas dos videoclips. Tanta tarde passada a ver o "Made in Portugal" para acabar num mundo sem purpurinas...
Nós tínhamos um nome para o nosso duo, e havia algo que era sempre igual: o destaque era ela. Erámos a versão infantil-rasca-provinciana das Tayti, de quem muito gostávamos por sinal.
Olhando para trás, dá uma tremenda vontade de rir. Não dançávamos nem cantávamos nada bem, mas a diversão era a rodos. Não faltavam ideias, desde que houvesse música.
Eu gosto de pimba, como gosto de reggaeton, rock indie e flamenco e outros géneros. O pimba é música ligeira, é divertido, as letras das músicas não são poesia mas e então? Ficam no ouvido e toda a gente troteia alguma de vez em quando. Quim Barreiros é susceptível de deixar gente púdica, corada, mas também arranca boas gargalhadas!
Por isso não quero nem pensar neste verão, em particular no mês de Agosto. Fim de Julho era a festa da aldeia, meados de Agosto é da vila, na terceira semana de Agosto coincidiam duas e arranjava-se sempre maneira de ir a ambas. Vai fazer falta a folia, juntar a família, ver as procissões. Vai ser um Verão sem sabor a Verão.
A menos que me dê na gana de concretizar o sonho de infância e dar concertos na varanda.....