Eras suposto seres o homem de uma noite de carência, o homem para me satisfazer e esquecer, para abandonar de manhã sem adeus ou até depois.
Eras suposto seres mais um.
Foi com este pensamento que te abordei, fui direta ao assunto, a tua mão não largou mais a minha cintura e a minha não tardou muito dentro das tuas calças. O material era de qualidade.
Não tardámos muito a sentir a pele um do outro, perdidos entre ir e voltar e o suor e o teu gosto e o meu tudo junto.
Tinha fome de ti e não sabia.
Não nos demos descanso a noite toda, perdemos a conta ás posições e divisões, as bocas não descolavam, os corpos não arrefeciam e soube sempre a pouco.
Até amanhecer e ser altura de ir.
Durante todo aquele tempo na minha mente foste o tipo incrível com quem tive uma noite de loucura. Ficaste na memória mas não quis estragar a imagem com que fiquei de ti.
Por isso nunca te procurei.
A vida tinha outros planos para nós.
Caía uma terrível trovoada e eu tinha saído sem chapéu de chuva. Caminhava nas calmas pela rua. Não sei como mas reconheceste-me.
Embasbaquei.
-Anda comigo- Dissseste. E eu como um automato, fui.
Era a mesma casa daquela noite. Olhei em volta e o sorriso foi inevitável.
Encostas-te a tua cara a minha e roubaste-me esse beijo que mudou tudo, o mesmo que inexplicavelmente me apaixonou ou talvez já estivesse mas tanto fracasso amoroso nem me fez pensar no assunto.
Perdi a conta ao tempo que tivemos abraçados, entre beijos e carinhos.