Foi a primeira vez que realmente lhe tirei as medidas, foi a primeira vez que o olhei de alto a baixo, foi a primeira vez que me dignei a olhar pra ele como deve ser.
Caramba.
Relembrei a noite que passei com ele...
Foi épica, sem dúvida.
E os sinais de que não ia haver um depois, foram mais do que muitos.
E eu vi, mas só acreditei quando se despediu de mim.
Aquele beijo na cara, comparado com o beijo arrebatador na boca com que me recebeu, foi como gelo na minha carne ainda em brasa.
O silêncio nos dias seguintes, só confirmou o que eu já sabia..
One night stand.
Ele não me falou, nem pra mim olhou, prefiro pensar que não me reconheceu, estando eu coberta de poeira do trabalho...
Cada um tem a importância que se lhe dá!
Aquela noite até nem foi assim tão boa...
E ele até nem é assim muito jeitoso...
Mas por carga d'água fui eu para a cama com aquilo?
Ainda há muito tabu, ainda parece mal dizermos que o sexo é bom e nos sabe bem, o orgasmo feminino é secundário, a sensualidade faz de nós putas, o recato é que é bom...
Ainda parece mal uma mulher dizer que gosta de sexo, sem compromisso, sem depois, sem romance. Puro, bruto e sem tretas.
Ainda há recato no sentir, não se geme para o homem não pensar mal de nós, se não nos virmos não faz mal, importa é o homem, o gozo do homem, a satisfação do homem...
E nós somos só fo.......
Ainda se decide se uma mulher é para casar pelo jeito como se porta na cama.
Mulher que não tem medo de ficar por cima não dará uma boa esposa, é demasiado destemida.
Mulher que chupa também não serve.
Já a mulher que se contenta com o bom e velho missionário, que pouco geme, nem se vem, tem vergonha de se despir na frente do moço...oh é acanhadita e tal mas dá, com o tempo solta-se e irá ser uma leoa.
Mas essa é para casar!
E depois comem as vizinhas, as melhores amigas da mulher, as meninas do bordel...
Que são boas na cama e não serviram pra casar.
Teorias do hoje, baseado em opiniões de muito boa gentinha a minha volta e me assustam.
Desculpa, mas hoje não. Até és atrativo, mas o do fim de semana também era e as mensagens não chegam, a coisa não se deu e por muito que me sinta tentada a ir atrás,a tentar perceber o porquê... Desculpa. Era insensato enrolar-me contigo hoje, ouvir a conversa fiada, ser tocada, beijada, tentada, provocada...atingir o clímax, achar-te fraquinho, o outro é que era bom, com ele é que me soube a pouco, queria mais, quero mais, mas ele...... Desculpa. Pesa-me o trabalho e as canseiras adjacentes, pesa-me a negritude do presente, ou talvez seja só cinzento claro e agora no momento é que me pareça tudo mais negro. Pesa-me a sinceridade com que me dou, e doí quando não sou retribuída. Pesa-me a tua falta de ser sexy intelectualmente, com ele na pausa entre rounds falámos de Niall Horan, da Arlequina e do jeitoso do Chris Pratt que eu confundi com o Chris Evans. Não há dois homens iguais e até podes ser melhor amante e se te desse hipótese serias igualmente cativante mas... Desculpa. A fasquia ficou muito alta e até admira como não me deu para choramingar. Mas sei que me vou esconder nos lençóis,pôr o Spotify em rotação, e se não conseguir fugir para algum lugar bom de olhos fechados a noite vai ser dura. Prometo. Prometo que duma próxima vez deixo o coração em casa e levo só o meu melhor jogo de ancas. Prometo que vou viver o momento sem esperar um repeat ou take two. Prometo. E essa vez podia ser hoje, contigo, mas deixei algo mais do que a roupa amarrotada da cama e o gorro esquecido com o outro. Desculpa.