Também faço asneiras
Acendo o cigarro.
Sinto o travo da nicotina mentolada na boca.
Os camel já não tem a bolinha para rebentar, uma treta...
Olho a vista da minha varanda, é bonita.
Nunca me hei-de esquecer das vezes que passei nas aulas de condução por certos lugares que vejo de cá. Recordações de sempre..
A vindima que já rola, a logística envolvida nesta altura, o autêntico corropio de gente nas vinhas. A verdadeira festa das colheitas é agora.
É nisto que estou focada agora.
Vou trabalhar num sítio incrível, com uma equipa bi-nacional, três culturas diferentes.
Senhora capataz ao serviço :)
Depois há a vida pessoal, que nestas alturas fica um bocadinho para trás sem lamentos.
Não vos consigo explicar a euforia que são as vindimas para mim, mas é todo um ano inteiro a preparar a vinha para isto, a cuidar das cepas e das uvas, ter os terrenos o melhor possível para o pessoal poder trabalhar..
O cigarro já vai quase no fim.
Tenho um nó no estômago já a dois dias.
Dei por mim a fugir de algo que parecia promissor...
Tenho sido cobarde.
Nem sempre as surpresas da vida vem na melhor altura.
Noutra altura, tinha sido perfeito.
Nesta...longe disso.
Também faço asneira, mas sou livre de não querer o já quis.