Assumir-te
Eu era a imagem do embaraço, quando aquele senhor parou a pedir indicações, quando sorriu para nós daquele jeito maroto...
Quando me puseste no murete para estar a tua altura. Quando me levantaste e voltaste a pôr no dito murete mesmo ainda estando ali três carros a inverter a marcha e beijaste de forma ainda mais meiga do que o costume.
Quando passeámos pela beira-rio e cruzarmo-nos com tanta gente minha conhecida. Não contava assumir-te já mas...
Aconteceu.
Não tenho vergonha de assumir que estou contigo, até porque a paz que me dás é única, até porque quando não te vejo falta algo, até porque o que sinto é real...inesperadamente real.
Eu, a tipa do Tinder.
Eu, a tipa da masturbação á distância, dos amores impossíveis.
Eu, que achava que gostar de alguém envolvia complicações.
Eu, no primeiro dia em que nos vimos, assumo que te achei um arrogante.
Nós, a mandar as urtigas ideias pré-concebidas e tudo mais.
Assumir-te, sem medos.